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Notificações da doença podem passar de 4 milhões em 2024. Entrega do imunizante será realizada pelos

Saúde inicia distribuição de vacina da dengue

O Ministério da Saúde inicia, nesta semana, a distribuição da vacina contra a dengue na rede pública de saúde. Para esta fase do programa, foram selecionados devido à alta incidência da doença, 521 municípios do país. Somente em janeiro, foram registradas no país 243,7 mil notificações — 3,7 vezes a mais em comparação ao mesmo período de 2023.

Segundo estimativas da Saúde, 2024 deve registrar 1.960.460 casos de dengue em todo país. Essa previsão, porém, pode variar de 1.462.310 até 4.225.885 de notificações. Por isso, a via mais correta para evitar a epidemia é a vacina.

As três primeiras semanas do ano apresentaram crescimento constante de casos da doença. Entre os dias 21 a 27 de janeiro, houve uma queda de quase 30% em relação à semana imediatamente anterior, segundo dados da pasta. Considerando apenas os laboratórios particulares de medicina diagnóstica, a demanda por testes de dengue aumentou 21? incidência de positividade manteve-se na casa dos 25%, mostra levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a associação que representa o setor.

Vacina

No sábado, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou uma iniciativa conjunta do Instituto Butantan com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para intensificar a oferta de vacinas contra a dengue. O objetivo da ação é agilizar a análise de novos imunizantes em produção. Atualmente, a vacina disponível no país é a QDenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda.

Ontem, por meio das redes sociais, a chefe da pasta rebateu as notícias falsas sobre uma suposta demora na aquisição dos imunizantes. “Segundo a fake news da vez, demoramos a adquirir a vacina da dengue. Não. O Brasil é o primeiro país a oferecê-la na rede pública e adquirimos todas as doses disponíveis com a fabricante, maior aquisição no mundo”, escreveu.

Nísia Trindade ressaltou que apesar de as vacinas ainda serem poucas, a parceria entre o Butantan e a Fiocruz busca melhorar a demanda das vacinas. “Até lá, vamos todos prevenir os focos do mosquito e nos cuidar para um atendimento de emergência em caso de sintomas”, afirmou.

“Mesmo com essas aquisições, o número de doses hoje é insuficiente para toda a população. Por isso, vamos priorizar crianças de 10 a 14 anos nos municípios e regiões de saúde de maior risco. A vacinação começará ainda neste mês de fevereiro”, completou.

A médica infectologista Joana D’arc Gonçalves ressalta que o Brasil tem um histórico de epidemias de dengue, que deixaram milhares de doentes, óbitos, além da sobrecarga dos serviços de saúde, com prejuízo econômico e social. “Como não tem um tratamento eficaz contra o vírus, pois o combate vetorial é complexo, ter uma vacina representa uma ferramenta mais potente e valiosa no combate à doença”, apontou.

“A vacina Qdenga tem uma eficácia de 81%, após 30 dias da primeira dose, o que poderia justificar o uso nesse momento de aumento de número da casos. Mas a proteção de médio e longo prazo apenas foi demonstrada com esquema preconizado de duas doses com intervalo de três meses”, explicou a especialista.

Entrega

A distribuição da vacina será realizada pelos estados e municípios, que deverão criar estratégias de vacinação de acordo com as suas necessidades. As doses serão aplicadas em duas etapas, com intervalo de seis meses entre cada uma. Os municípios que não foram selecionados para esta primeira fase do programa poderão solicitar a vacina ao Ministério da Saúde. A entrega será feita de acordo com a disponibilidade do estoque.

Na primeira etapa do programa, o governo adquiriu 1,4 milhão de doses da vacina da Takeda para atender crianças de 10 a 14 anos, público mais atingido atualmente pela doença. Como cada paciente precisa tomar duas doses, serão cerca de 700 mil beneficiados. Há uma demanda mundial pelo imunizante, pois a doença está se alastrando globalmente.

O Brasil é o primeiro país a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema público de saúde. Com o suporte do Ministério da Saúde, a Fiocruz vai somar esforços para aumentar a produção da vacina da Takeda, oferecida em duas doses à população. O órgão adquiriu 6,5 milhões de doses para 2024 e 9 milhões para 2025.

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