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Morre, aos 96 anos, o ministro que comandou a economia na ditadura e, em seguida, foi deputado e con

A longa história de Delfim

Controverso e pragmático, faleceu ontem, aos 96 anos, o ex-ministro Antônio Delfim Netto. Reconhecido como um dos economistas mais notáveis do país, embora nunca tenha sido unanimidade, sua influência no debate econômico é indiscutível.

Responsável por educar sucessivas gerações de economistas, Delfim teve seu apogeu durante os anos do regime militar, mas continuou a ser uma figura de destaque após a redemocratização, sendo considerado o ministro da Fazenda mais influente da história republicana do Brasil.

Internado desde a última segunda-feira (5/8) no Hospital Israelita Albert Einstein devido a complicações de saúde, deixou uma filha e um neto. Conforme a assessoria da família, o velório e o enterro serão limitados aos familiares.

Descendente de imigrantes italianos, nascido em maio de 1928 em São Paulo, formou-se em Economia em 1951 pela Universidade de São Paulo (USP) e tornou-se professor catedrático em 1958 com uma tese de doutorado sobre o café. Foi também na USP que desenvolveu sua carreira acadêmica, tornando-se professor titular de Análise Macroeconômica e recebendo o título de professor emérito pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP).

Membro do Conselho Consultivo de Planejamento (Consplan) do governo Castelo Branco em 1965, tornou-se Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo em 1966. Após se destacar nessa função, assumiu o Ministério da Fazenda em 1967, durante a presidência do general Costa e Silva, e foi um dos principais formuladores da política econômica brasileira durante a ditadura militar.

O rápido crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) naquela época rendeu a Delfim o apelido de “Milagre Econômico”. O período foi marcado por características notáveis, como um crescimento médio anual de 10%, avanço industrial significativo, modernização da infraestrutura e aumento das exportações, impulsionando a economia brasileira. No entanto, as políticas desenvolvimentistas resultaram em sérios problemas de endividamento para o país.

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