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Estados da região também têm índices de mortes brutais acima da média. DF, SP e SC puxam índice par

Norte e Nordeste são líderes em homicídios

O Norte e o Nordeste do Brasil li deram a lista de capitais com maiores taxas de homicídios registrados e estimados por 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Vio lência 2024. Os estados da região também têm índices de mortes vio lentas acima da média nacional. De zenove estados têm taxa de homicí dios acima da média nacional; DF, SP e SC puxam média para baixo.

O relatório foi divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econô mica Aplicada (Ipea) e o Fórum Bra sileiro de Segurança Pública. No Brasil, foram registrados 46.409 homicídios em 2022- o último da gestão Jair Bolsonaro (PL) -, ou 21,7 homicídios para cada 100 mil habi tantes, mesma taxa de 2019. O ano de 2022 teve leve queda de 3,6% na comparação com2021, quando a relação foi de 22,5 mortes registra das por 100 mil habitantes.

Salvador é a capital brasileira com a maior taxa de homicídios es timados por 100 mil habitantes (66,4), seguida por Macapá (55,8), Manaus (55,7), Porto Velho (47,6) e Fortaleza (45,3).

Completama lista das 12 maio res Recife (44,7), Aracaju (41,8), Ma ceió (41,5), Teresina (40,4), Boa Vista (39,2), Natal (36,9) e Palmas (32,0). Porto Alegre é a capital fora do Nor te e Nordeste com a maior taxa de homicídios estimados (29,9).

OAtlas da Violência, feito com dados de 2022, diferenciou homicí dios registrados e estimados. Os re gistrados são aqueles cujos dados foram retirados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

Já os estimados somam homicí dios registrados e ocultos - assassi natos, agressões, suicídios e aci dentes que entram no sistema do Ministério da Saúde como causa indeterminada.

Para eliminar dados de suicídios, agressões e acidentes e filtrar ape nas os possíveis homicídios, pes quisadores usaram ferramentas de aprendizado de máquina que leva ramemconsideração situações e características das vítimas.

A cidade do Rio de Janeiro teve taxa de homicídio em 21,3; Belo Ho rizonte 17,6; e São Paulo 15,4. Floria nópolis é a capital mais segura em relação a homicídios. Em 2022, fo ram 8,9 homicídios por 100 mil ha bitantes. A cidade é seguida por Brasília, com 13, e Cuiabá, com 15,2.

Os dados, contudo, podem so frer distorção, a depender de como são lançados no sistema do gover no federal. Segundo o Atlas da Vio lência, a cidade de São Paulo regis trou apenas 344 dos 1.762 homicí dios corretamente, e foi a única ca pital com mais homicídios ocultos do que registrados.

O sofrimento das crianças

A violência sexual corresponde à metade das agressões praticadas contra crianças e adolescentes de 10 a 14 anos no país. Trata-se da úni ca faixa etária em que esse tipo de crime é mais prevalente.

Ao todo, o Brasil teve 221,2 mil ca sos de violência contra a mulher em 2022. Conforme o relatório, as agressões normalmente aconte cemdentro de casa e em contexto intrafamiliar - praticamente dois terços dos episódios têm esse perfil (65,2%). Os homens são os princi pais autores.

Entre as formas mais frequentes, a agressão física apareceu como prevalente no somatório de todas as faixas etárias, representando 36,7% dos casos. O segundo tipo mais frequente são as chamadas "violências múltiplas" (31,1%), em que mais de uma forma deviolên cia foi informada pela vítima. Na sequência, estão negligência (11,9%), violência psicológica (10,7%), violência sexual (8,9%) e ou tras formas de violência (0,7%).

"Quando a gente olha para as meninas de 10 a 14 anos, a principal causa de atendimento no sistema de saúde foi violência sexual, quase metade dos casos. Isso traz um pouco da magnitude do proble ma", aponta Samira Bueno, uma das coordenadoras do Atlas e dire tora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"A gente normalmente só publi cava os dados do DataSUS (sobre violência contra mulher) e esse ano decidimos incluir as informa ções do Sinan, que é o sistema de notificação de agravos. Ou seja, (ele contabiliza) o número de meninas quepassaram pelo sistema de saú de e teve alguma violência foi noti ficada", aponta Samira.

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