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Medalhista de prata, brasiliense Caio Bonfim passa mal após prova de 42km do revezamento misto com V

Esforço hercúleo do herói

Paris — Seis dias após brin dar o Brasil com a me dalha de prata inédita da marcha atlética em Jogos Olímpicos, Caio Bonfim mandou um aviso sobre desgaste. Ontem, o talento de Sobradinho chegou a 40km de rodagem somente na versão francesa da Olimpíada. Nesta edição, percorreu 20km da disputa individual e mais 20km da prova do revezamento misto de 42,195km, ao lado de Vivia ne Lyra. O brasiliense e a carioca concluíram a missão na sétima colocação. Resultado considera do bom, mas “caro” para o corpo do marchador.

No primeiro contato com os jornalistas após a prova, Caio re velou não estar bem. Motivo: a exigência da prova estreante no programa olímpico. “Estou mal. Acabei de fazer uma maratona olímpica”, ressaltou. O reveza mento misto de 42,195km subs tituiu a disputa dos 50km indivi dual e prevê que cada competi dor marche dois dos quatro tre chos. Ou seja, cerca de 20km. Pode parecer que os atletas fo ram aliviados pela diminuição de 7,8km, mas existe outro as pecto. Quando estão aquecidos e na adrenalina da prova, são obrigados a “passar o bastão” pa ra os companheiros, provocando quebra de ritmo e possibilitando efeitos colaterais aos atletas.

O brasiliense sentiu isso após as duas participações. Depois das entrevistas, dirigiu-se a ou tro espaço da arena montada no Trocadéro, região próxima à Tor re Eiffel e vomitou. Foi socorrido pela parceira de prova. Segundo a mãe do atleta ao jornal O Glo bo, o problema foi gerado por “indisposição estomacal devido ao desgaste da prova”.

Caio Bonfim e Viviane Lyra tiveram, além dos treinamen tos, duas competições para se familiarizarem com a novidade do Comitê Olímpico Internacio nal (COI). Nos Jogos Pan-Ameri canos de Santiago-2023, fatura ram o bronze após 3h02min14s de prova. No Mundial de Antá lia, na Turquia, cruzaram a linha de chegada na quinta colocação (2h59min55s). Embora ainda es tejam em processo de adaptação na nova disputa, estabeleceram recorde brasileiro, com marca de 2h54min08s. Existe um porém: não sabem o que será da prova após Paris-2024.

“A gente não sabe qual o futuro desta prova. O Campeona to Mundial é 35km e 20km (indi viduais), já saiu o calendário. Não tem revezamento. E os campeo natos nacionais vão pelos crité rios do Mundial. Fazer o reveza mento não faz sentido, vai clas sificar para o quê?”, questionou o brasiliense. Apesar de não sa ber o que esperar, Caio é a favor da manutenção no cronograma olímpico. “É diferente, a gente gostou da proposta, porque es tamos entre os melhores, sabe mos da dificuldade de estar ali. É importante, é uma competição de potências e estamos entre as potências. Estou muito orgulho so do que conseguimos fazer. Es se era o desafio, porque era mui ta responsabilidade”, comentou. 

O ouro da primeira edição do revezamento misto da marcha atlética ficou com os espanhóis Alvaro Martin e Maria Perez (2h50min31s). Os equatorianos Daniel Pintado/Glenda Morejon (2h51min22s) e os australianos Rhydian Cowley/Jemima Montag (2h51min38s) obtiveram prata e bronze, respectivamente. "Eles ficaram na frente porque são me lhores. Não é por causa da recu peração, não é porque se recu peraram melhor (do individual, no qual Pintado foi ouro e Al varo, bronze). É porque na hora que junta as duas duplas, as ou tras foram melhores", analisou Caio Bonfim.

40KM Distância total percorrida por Caio Bonfim nas provas em Paris-2024.

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