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Os constantes casos de violência, assaltos e furtos a cabos de energia preocupam moradores

Sensação de medo na Asa Norte

Moradores da Asa Norte reclamam da insegurança quanto a presença de moradores em situação de rua e assaltantes nas quadras 706 e 707 Norte. Os relatos de acontecimentos recentes são de violência, assaltos, furtos a cabos de energia e ar condicionados. A Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), afirma que há um esforço para fazer com que as ações das forças de segurança venham a agir de forma regionalizada e precisa.

A principal reclamação dos moradores do local é referente aos furtos de cabos de energia. Segundo residentes e comerciantes, o ato é constante na região, sendo desempenhado de madrugada quando as ruas estão mais vazias. A autônoma Maria Eduarda, moradora da região e mãe de uma menina de poucos meses, conta que já ficou sem luz mais de cinco vezes no ano passado. “Eu presenciei, de madrugada, pessoas abrindo o bueiro para pegar os cabos”, diz. “Eles demoram para vir arrumar e com a minha filha, fica muito complicado esse tempo sem luz".

Exposta também diretamente a violência no local, Maria conta que chegou a ter o seu celular roubado com o uso de uma faca de cozinha, e que o carro de sua mãe teve o rádio e a antena subtraídos. O furto do veículo só foi notado na manhã seguinte. A autônoma diz que a insegurança é grande em andar nos arredores da sua casa em horas menos movimentadas. “É muito perigoso, só de atravessar a rua, a gente já está vulnerável aos moradores em situação de rua que ficam cruzando por aqui, eu tenho medo até de descer ”, relata. Segundo afirma, o uso e venda de crack é constante ali, atividade quase banal que pode ser vista de qualquer janela, dependendo da hora.

Os comerciantes enfrentam a situação, em grande parte, dependendo da sorte. O dono de um restaurante da quadra 706 Norte, que preferiu não se identificar, reclamou do grande número de pessoas que rodeiam as mesas de seus clientes pedindo dinheiro e comida. Para evitar o desconforto, ele tenta mediar a situação pedindo que os moradores em situação de rua venham em outro horário, em que o restaurante esteja vazio, para distribuir marmitas. Uns escutam, outros não, chegando, inclusive, a apresentar comportamentos agressivos quando confrontados. “Teve um que pegou um copo de refrigerante, porque a gente tem um Burger King aqui do lado, e jogou no restaurante. Teve outro que já sentou na mesa junto com o cliente, e começou a gritar. O que eu faço nessa hora? Eu fico de mãos atadas”, desabafou.

Prejuízo

Outro comerciante que teve que lidar com a frustração dos clientes, e o prejuízo do ato de terceiros foi o mecânico Anésio Sobral, que ganha a vida na região desde 1978. O que ele mais enfrentou durante esse tempo, foi roubo de pneu de step. “Eles quebram o vidro, abre o porta-mala e leva o pneu.

O último foi com um carro importado, o cara pegou um pneu, por sorte eu estava chegando, vi os caras mexendo no carro, passei buzinando, fui na esquina, voltei e eles correram”, relatou. Segundo Anésio, a criminalidade é diária, proveniente de uma invasão próxima apelidada de “favelinha”. A solução discutida entre moradores é contratar guardas noturnos para vigiar o perímetro. “Pelo menos assim, a gente pode dormir em paz”.

Ações intensificadas

Segundo SSP-DF, houve, em toda a região da Asa Norte, uma queda de 29,4% no número de furto a transeuntes numa comparação entre o ano passado, com 60 ocorrências e 2022, com 85 casos. Já o crime de roubo a transeuntes, que se diferencia pelo uso de violência, a queda foi de 13,6%, passando de 420, em 2022, para 363 em 2023.

A Secretaria afirma ainda que tem dedicado recursos no trabalho de inteligência, e na integração com a comunidade, a fim de promover ações cada vez mais regionalizadas e precisas.

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), seu efetivo é deslocado para áreas consideradas críticas, intensificando o patrulhamento ostensivo, e realizando operações específicas de combate à criminalidade, além de parcerias com entidades públicas e privadas.

A SSP-DF ressalta ainda a importância

do registro de ocorrências pela população para subsidiar a elaboração de estudos e manchas criminais que indicam dias, horários e locais de maior incidência de cada crime, entre outras informações relevantes para o processo de investigação. Esses levantamentos são utilizados na elaboração de estratégias para o policiamento ostensivo da Polícia Militar, bem como para a identificação e desarticulação de possíveis grupos especializados por parte da Polícia Civil do DF (PCDF). Denúncias podem ser feitas através do número de telefone 190 e 197, pelo e-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br, ou pelo Whatsapp: (61) 9.8626-1197.

 

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