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Risco de mortes e internações podem crescer. Somente neste mês, quatro pessoas foram a óbito.

Covid-19 também preocupa

Além da emergência em relação à dengue, o DF enfrenta o aumento de casos de covid-19. Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do DF, de 2020 até o dia 17 de fevereiro foram 933.246 casos confirmados do coronavírus. Os dados mostram que a semana epidemiológica atual apresenta 1.967 casos a mais do que a semana anterior. Entre os dias 11 e 17 de fevereiro, quatro pessoas morreram com a doença.

Nos hospitais públicos e privados, as pessoas voltaram a usar máscara para se prevenir. Desde o início da pandemia, em 2020, 917.953 pessoas estão recuperados da covid-19. Outras 11.964 evoluíram para o óbito. Das quatro pessoas que morreram com a doença neste mês, duas eram do grupo de imunossuprimidas e uma apresentava outra comorbidade.

O estudante Carlos Eduardo Pontes Cardoso, 15 anos, está com sintomas de covid-19 e procurou a rede pública de saúde para poder fazer o teste e ver se está novamente com a doença. “Estou com dor de cabeça, dores no corpo, atrás dos olhos e nariz congestionado”. Ao ser questionado se pode ser dengue, ele contou que a médica descartou a doença.

Ele acredita que foi depois do feriado de Carnaval que começaram os sintomas de covid-19. “É a segunda vez que eu estou com covid e já sou vacinado, com todas as doses”. Em casa, só ele pegou a doença. A avó e os parentes sempre estão de máscara e se cuidando. “Agora é cuidar, tomar os medicamentos e ficar em casa”. Ele não conseguiu fazer o teste para confirmar se está com o vírus, mas vai tentar novamente hoje.

Medidas preventivas

A taxa de transmissão do coronavírus no DF atualmente é de 1,41. O que significa que 100 pessoas infectadas podem transmitir o vírus para outras 141 pessoas. O doutor Manoel Palácios, infectologista do Hospital Anchieta, afirma que esse índice não demonstrava um aumento significativo desde 2022, quando chegou a 1,88. O valor máximo registrado foi de 2,61 em 2020, no meio da primeira onda da pandemia. “O que pode explicar o aumento do número de casos, em primeiro lugar, são as variantes do vírus SARS-CoV-2 em circulação, que podem ser mais transmissíveis ou potencialmente mais virulentas”, explica o médico.

Ele aponta também que o relaxamento nas medidas de prevenção contra o vírus é um ponto forte na contribuição para esses casos subirem novamente. “Isso quer dizer que com o passar do tempo, aconteceu uma redução da adição das medidas preventivas, como o uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos, principalmente em eventos recentes como o Carnaval, onde praticamente ninguém aderiu a essas medidas”, destaca. Ele salienta que a cobertura vacinal incompleta é outro fator que contribui para este aumento.

Palácios aponta que após períodos de grandes aglomerações, é comum que os casos aumentem, assim como ocorrem os casos de síndromes gripais. “Isto também se deve tanto ao vírus de influenza quanto a outros vírus respiratórios que também circulam no DF”. O especialista acredita que nas próximas semanas pode-se esperar um aumento nos casos notificados e as hospitalizações. “Mas, por enquanto, ainda não supera o número de internações por dengue”. O número de internações e provavelmente de óbitos, seria mais em grupos vulneráveis, ou grupos que não estejam totalmente vacinados, ou que tenham algumas comorbidades que poderiam piorar o prognóstico desses pacientes.

Vacinação

Logo, o que deve ser feito é a intensificação da vacinação contra o vírus. “Nó s temos um grupo, ainda que pequeno, que ainda não vacinou contra a covid, ou que vacinou só com duas ou três doses e não fez os re for ços ”. Para o doutor, é preciso incluir doses de reforço cruciais para aumentar a imunidade da população, especialmente entre os mais vulneráveis. E para além das medidas de prevenção e intensificação das doses de vacina, o especialista salienta que a testagem e rastreamento de contatos são essenciais para identificar casos precocemente. “O que pode ajudar a controlar os surtos antes de que esses se espalhem”, explica.

Para finalizar, Palácios acredita ser necessário reforçar a informação e educação da população, com campanhas para ajudar na intensificação vacinal, reforçando a importância de seguir as diretrizes de saúde pública. E ainda, a preparação do sistema de saúde para garantir assistência caso haja um possível aumento de casos. “Isso é logicamente ter mais leitos, equipamentos e profissionais de saúde disponíveis”.

Segundo o boletim epidemiológico da SES-DF, até o dia 17 de fevereiro, foram 933.246 casos confirmados do coronavírus. Os dados mostram que a semana epidemiológica atual apresenta 1.967 de casos a mais que a semana anterior.

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