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A medida visa evitar o acúmulo de água parada nas sepulturas e, assim, a proliferação do Aedes aegyp

Cemitérios recolhem vasos

O Distrito Federal continua com uma crescente de casos de dengue e qualquer recipiente, por menor que seja, pode acumular água e promover a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Pensando nisso, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus DF), enviou, na última segunda-feira, um ofício aos cemitérios pedindo a proibição da utilização de vasos de flores nas sepulturas.

Segundo a Sejus-DF, o ofício foi encaminhado à Concessionária Campo da Esperança, empresa que administra os cemitérios de grande porte no Distrito Federal. A proibição não se limita a vasos de plantas, mas a todo e qualquer recipiente que possibilite o acúmulo de água. A medida foi baseada no fato de o DF ter declarado, por meio do Decreto nº 45.488 de 25 de janeiro de 2024, situação de emergência no âmbito da saúde pública em razão do risco de epidemia causada pela dengue e outras arboviroses. Frente a isso, a adoção de todas as medidas administrativas necessárias à contenção da epidemia estão autorizadas.

A Empresa Campo da Esperança, informou em nota, que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a proibição, mas vai auxiliar o GDF no que for possível no combate à dengue. Evaldo Miranda, jardineiro do cemitério de Taguatinga, nunca chegou a ver focos de dengue no seu local de trabalho, mas não por desatenção e sim por um esforço contínuo de toda equipe do local. “Qualquer vasilhame que encontramos, já fazemos o descarte da água. As nossas caixas d’água são todas tampadas. Esse é o nosso local de trabalho, precisamos nos cuidar”, justifica.

Cuidados necessários

Segundo afirma o jardineiro, não havia proibição para que familiares trouxessem as plantas, tanto que à frente desse e de outros cemitérios pelo DF, existem lojas que vendem flores em pequenos vasinhos. Se um jardineiro encontrava, emborcava e descartava, se fossem descartáveis, ou apenas só emborcava, se o vaso fosse de um material que justificasse o retorno da pessoa que o depositou, como vidro e porcelana. Os únicos que fugiam da coleta eram os vasinhos furados, que são incapazes de acumular água.

Ainda de acordo com a nota da empresa, desde o início das chuvas e do aumento dos casos de dengue, a concessionária vinha orientando proprietários e visitantes a tomarem os cuidados necessários com vasos, jarros e qualquer recipiente ao redor das sepulturas capazes de acumular água, mas não podia interferir diretamente ou recolher os objetos por questões contratuais.

No entanto, com o comunicado do GDF, a concessionária fica autorizada a recolher todos os objetos deixados junto às sepulturas, independentemente de serem descartáveis ou não. A empresa informa ainda, que está organizando as equipes para adotar todas as medidas e proibições que vierem a ser solicitadas “o mais rápido possível”.

Casos de dengue no DF

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o DF já registrou 46,5 mil casos prováveis de dengue neste ano, com 11 mortes confirmadas.

Os sinais de alarme para a doença incluem sintomas como vômito persistente, dor abdominal intensa, sangramentos de mucosa, dor no fígado e queda de pressão. Caso a pessoa apresente um desses indícios, ou mais, há um risco da doença evoluir para a necessidade de hospitalização e o paciente pode correr risco de morte.

A proibição não se limita a vasos de plantas, mas a todo e qualquer recipiente que acumule água. A medida é baseada no fato de o DF ter declarado, por meio do Decreto nº 45.488 de 25 de janeiro de 2024, situação de emergência no âmbito da saúde pública em razão do risco de epidemia causada pela dengue.

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