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A reportagem do Correio esteve nos três mais populosos municípios da região para ouvir quais serão o

Saúde pública preocupa eleitores do Entorno

A dois meses do primeiro turno das eleições mu nicipais, a reportagem do Correio foi a três dos maiores colégios eleitorais do Entorno do Distrito Federal — Luziânia, Águas Lindas de Goiás e Valparaíso de Goiás — para sa ber quais são as principais de mandas de quem mora nessas cidades. Somados, os municí pios têm 353,5 mil pessoas ap tas a votar, de acordo com in formações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moradora de Luziânia (GO), Francinete Pereira Nascimento, 54 anos, se preocupa com a saúde pública. A servidora pública des taca que, inúmeras vezes, preci sou sair da região onde mora para ir a Brasília realizar exames médi cos, que não poderiam ser feitos na cidade. “Queremos que saúde seja prioridade. Faltam leitos no hospital regional e precisamos de mais médicos. Quando chegamos a Brasília, as portas quase sem pre estão fechadas para nós”, diz.

Francisco Mendes, 63, traba lha em uma banca de jornal, em Valparaíso, onde mora há 18 anos. Ele espera que, após as eleições, o novo prefeito tenha um olhar mais atento aos mo radores. “As estruturas da cida de não acompanharam o cres cimento da população e, por is so, têm deixado muito a dese jar com a gente na saúde, no sa neamento e na segurança públi ca. Estamos precisando que eles nos vejam”, afirma.

Mendes conta que precisou fa zer uma série de exames para re solver um problema de coluna, e tinha que fazer fora do Valparaíso, se deslocando até Goiânia. “Além de demorar bastante, porque as filas são imensas, muitos exames não são realizados a tempo e o mé dico tem que pedir de novo”, res salta. “Não há renovação e inves timentos na cidade. Precisamos de uma pessoa nova, com pensa mentos novos, para ver se melho ra a situação”, enfatiza.

Infraestrutura

Em Águas Lindas, as deman das também são visíveis, de acor do com os moradores. Segundo a vendedora Jussara Alves, 39, que mora na cidade há 15 anos, o prin cipal problema é a saúde. “Para mim, é um fracasso. A gente não consegue marcar um exame e, mesmo com o hospital novo, pre cisamos nos deslocar até o Distrito Federal para conseguir um atendi mento decente”, observa.

Jussara destaca que a edu cação também deixa a desejar. “Acho que é falta de gestão. Ti rei minha filha, que está termi nando o ensino médio, de uma escola pública há quatro anos, porque está muito perigoso”, co menta. “Muitos casos de brigas entre alunos e sem nenhum ti po de punição. Mesmo depois que tirei ela da escola, vejo que continua a mesma coisa, tanto que muitos pais preferem ma tricular os filhos em escolas do DF”, afirma a vendedora.

O comerciante Vinícius Nas cimento, 36, saiu do Tocantins, há quatro anos, para morar em Águas Lindas. Ele conta que, du rante esse período, o principal desafio percebido está na infraes trutura. “Águas Lindas é uma ci dade em crescimento constante e, assim que cheguei por aqui, vi que estava muito desorgani zada. Melhorou, com o passar do tempo, mas ainda existe mui to a se fazer. Tem buracos nas ruas e muito lote baldio com li xo”, avalia.

Mesma avaliação tem a estu dante Lais Moura, 30. Nascida e criada na cidade, ela conta que o principal incômodo é a falta de infraestrutura urbana. “Ando bastante de carro e percebo que muitas ruas têm buracos e algu mas nem tem asfalto”, lamenta.

Integração

Secretária do Entorno do DF (SEDFGO), Caroline Fleury comen ta que o principal ponto a ser ob servado por quem for eleito nas ci dades do Entorno é o desenvolvi mento regional. “É necessário atrair mais investimento, fomentando o que de melhor tem em cada cidade, além de gerar emprego e renda. É is so que vai manter a autonomia do município”, ressalta. “Por isso, é pre ciso ter um crescimento ordenado e sustentável”, acrescenta Caroline.

Para quem for eleito, a secretária salienta a necessidade de melhorar a conexão entre o Entorno e o DF . “O desafio é pensar como uma gran de região metropolitana integrada. Não dá para se pensar em um gran de plano municipal de mobilidade, por exemplo, sem incluir a capital do país”, opina. “Além disso, melho rando os setores das cidades, come ça um fluxo inverso, ou seja, pessoas do DF vêm para o Entorno e não mais o contrário. Quanto melhor esses municípios estiverem, melhor será a relação com o DF”, observa.

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