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Esses foram alguns dos temas citados pelo presidente Lula durante discurso em evento da OIT

Elon Musk, super-ricos e IA

Diantedeum públicofranca mente amistoso, que em vá rios momentos puxou o coro de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu em discurso no plenário da ONU a taxação dos super-ricos, atacou o bilionário Elon Musk e cri ticou a hegemoniados paísesricos no setor de inteligência artificial (IA).

Odiscurso de Lula em Genebra encerrou na tarde desta quinta-fei ra o primeiro fórum da Coalizão Global pela Justiça Social, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como parte de sua conferência anual sobre o traba l h o.

"A concentração [de renda] é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais. Não vamos buscar a saí da em Marte", disse Lula, alfinetan dooprojeto espacial do bilionário dono do X e usando a fortuna dele como exemplo para defender a ta xação das grandes fortunas.

Lula aproveitou o discurso para reiterar pautas promovidas pelo Brasil na presidência rotativa do G20 — o grupo de maiores econo mias mundiais —relacionadas à re dução das desigualdades no plane ta. O país ocupará o comando do G20 até o final de novembro.

Ao falar de IA, Lula propôs que os países do Sul Global, expressão usa dapara se referir aos países em de senvolvimento, criem um projeto próprio para a tecnologia. Tam bém acusou os países ricos de ten tarem "manipular o restante da humanidade" ao criá-la. "É impor tante dizer para o povo que a inte ligência artificial nada mais é que a esperteza de alguns empresários que acumulam todos os dados [das pessoas]", afirmou.

Em dois momentos do discurso, Lula mencionou as "milhares de mulheres e crianças" vítimas da guerra na Faixa de Gaza. Elogiou o premiê espanhol, Pedro Sánchez, por regulamentar os aplicativos de transporte, e o presidente dos Esta dos Unidos, Joe Biden, com quem assinou no ano passado um com promisso de defesa dos direitos trabalhistas. Ainda aproveitou o discurso para citar números da economia brasileira, segundo ele emrecuperação, com criação de empregos e investimento estran geiro na indústria automobilísti ca.

O presidente brasileiro foi um dos dois únicos chefes de Estado  presentes ao fórum da OIT. O outro foi o presidente do Nepal, Ram Chandra Paudel, que discursou pe la manhã. Indicado para a "copresi dência" do fórum, Lula era o convi dado de honra do evento.

O petista teve tratamento de ro ckstar da chegada ao prédio da ONU até a saída. Funcionários se acotovelaram para conseguir uma selfie ou um abraço. A primeira-da ma, Janja, que assistiu ao discurso de um dos assentos da delegação brasileira no plenário, também foi tietada.

Ao apresentar o brasileiro ao ple nário, o presidente da conferência, Alexei Buzu, ministro do Trabalho da Moldova, agradeceu-lhe "por ter salvado a Amazônia para nós"

O presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom, também agrade ceu a Lula, a quem chamou de "meuirmão", por "fazer da saúde uma prioridade da presidência do G20".

Em seu discurso, o diretor-geral da OIT, o togolês Gilbert Houngbo, mencionou as enchentes de maio no Rio Grande do Sul como exem plo de catástrofe relacionada às mudanças climáticas. "Esse evento nos lembrou uma vez mais a ur gência de acelerar a transição justa para economias sustentáveis, apoiando a economia verde."

Sobre a guerra na Ucrânia

Na Suíça, o presidente Lula ainda afirmou nesta quinta-feira que seus homólogosda Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodi mir Zelenski, respectivamente, es tão "gostando da guerra" em curso noLeste Europeu há mais de dois anos. O conflito vem provocando milhares de mortes e destruição.

"Se o Zelenski diz que não tem conversa com o Putin, e o Putin diz que não quer conversa com o Ze lenski... ou seja, é porque eles estão gostando da guerra. Porque, se não, já tinham sentado para conversar e tentar encontrar uma solução pací fica", afirmou o presidente.

Convite recusado

O líder petista também se encon trou com a presidente da Suíça, Viola Amherd, que o convidou a participar de uma conferência de paz que será organizada pelo go verno suíço na cidade de Lucerna.

O brasileiro recusou o convite sob o argumento de que uma solu ção para acrise só deve ocorrer quando Rússia e Ucrânia estiverem representadas. Moscou não partici pará da conferência, e o Kremlin disse, em maio, que não vê sentido na iniciativa.

"A guerra é feita por duas nações.

Se você quiser encontrar a paz, tem que colocar os dois numa mesa de negociação. Se você coloca só um lado, você não quer paz", disse Lula. A diplomata escolhida para ser ob servadora do Brasil na conferência da Suíça é a embaixadora do país em Berna, Claudia Buzzi.

Após a conversa, o Palácio do Pla nalto divulgou nota: "O presidente cumprimentou a Suíça pela orga nização da conferência, mas reite rou a posição do Brasil de que uma solução para a crise demandaria a participação de representantes dos dois lados do conflito. E reite rouo interesse do Brasil de partici par eajudar a viabilizar discussões de paz entre as duas partes."

Lula já falou diversas vezes sobre o conflito que se desenrola no Leste Europeu. Em muitos casos, ele foi criticado ao equiparar as responsa bilidades de Moscou e de Kiev, ape sar de a invasão territorial ter parti do da Rússia.

Nesta quinta, o presidente ne gou que defenda os interesses de Putin e afirmou que está do lado da paz. "Não, eu não faço a defesa do Putin. O Brasil foi o primeiro país a criticar a Rússia pela invasão de um país. O que eu não faço é ter lado. O meu lado é a paz", disse Lula.

S A I BA MAIS

»O fórum da Coalizão Global reuniu representantes de governos, trabalhadores e empresários para discutir soluções concretas para problemas que afetam trabalhadores de todo o p l a n eta .

»No início da noite, Lula participou de uma homenagem ao escritor Paulo Coelho, morador de Genebra, e seguiu para a região da Puglia, na Itália, onde participará como convidado da cúpula do G7, grupo que reúne sete das maiores economias do mundo mais a União E u ro p e i a.

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