A candidata do PSB à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral, publicou, ontem, um novo vídeo nas redes sociais desafiando o adversário Pablo Marçal (PRTB) a enfrentá-la no debate agendado para o próximo domingo, às 18h, promovido pela TV Gazeta e pelo canal My News. Mais uma vez ela reforça as supostas conexões do influencer com o Primeiro Comando da Capital (PCC) — uma das principais facções criminosas do país — e indaga qual a origem do dinheiro que banca a candidatura dele.
Já o líder nas pesquisas, Guilherme Boulos (PSol), também publicou vídeos atacando Marçal. Um, num tom similar aos de Tabata, mostra cápsulas de projéteis de fuzil representando os rivais do PRTB e MDB. Outro, aponta as acusações de ligações com organizações criminosas contra o “padrinho de Marçal” — o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche. Porém, Boulos foi cobrado pela militância a ser mais agressivo.
No X (antigo Twitter), seus apoiadores deixaram clara a insatisfação com a postura em relação a Marçal. Dos primeiros 150 comentários, 60 salientavam a preocupação com o comportamento do candidato, criticando a demora ou a ineficiência da comunicação da campanha em contra-atacar o influencer. “Ainda está fraco, Boulos. Pelo amor de Deus, reage homem”, cobrou um eleitor. “Quero ver você batendo nesse picareta igual a Tabata”, pediu outro. Um terceiro foi mais enfático: “Tem que ir na jugular desse bandido, coisa que a Tabata está fazendo. Está muito água com açúcar a sua campanha”, criticou.
No vídeo publicado ontem, a candidata do PSB lança desconfianças sobre a trajetória de Marçal. Afirma que a história do influencer é repleta de episódios mal esclarecidos.
“Em 2010, ele foi condenado à prisão por aplicar esses golpes. Mas por que ele não ficou preso? Porque recorreu da sentença por oito anos, até a condenação prescrever, em 2018. Recorrer custa caro e Pablo ainda não era empresário. De onde veio o dinheiro?”, suspeita Tabata, que mais uma vez o relaciona ao PCC.
Ela lembra, ainda, que Marçal teve as contas nas redes sociais suspensas pela Justiça eleitoral por ferir as regras do pleito, consequência de uma ação movida pelo partido de Tabata. E o desafia a enfrentá-la no próximo domingo.
“Vou apresentar minhas propostas para a cidade, mas, também, vou desmascarar você mais uma vez”, adiantou.
A ofensiva de Tabata contra Marçal começou na sexta-feira passada, quando publicou o primeiro vídeo apontando as conexões que ele teria com o PCC e com o fisiculturista Renato Cariani, que responde a processo por tráfico de drogas. A deputada monta uma teia de personagens que teriam conexão com a facção criminosa e que estariam por trás da candidatura do influencer. Marçal afirma que não pede “nada consta” às pessoas que trabalham na sua campanha.
O gatilho para Tabata tornar Marçal seu alvo foi a insinuação de que ela seria responsável pela morte do próprio pai porque foi estudar nos Estados Unidos. Atacou-a, ainda, dizendo que a deputada não poderia ser prefeita porque não é casada (vive maritalmente com o prefeito de Recife, João Campos).
Em entrevista, ontem, à CNN, Marçal tentou se distanciar dos membros do PRTB suspeitos de serem ligados à facção criminosa. “Sobre pessoas do PCC no meu partido, queria pedir à Polícia Civil, à Polícia Federal, à Polícia Militar: por favor, se vocês sabem que eles estão no meu partido, por que vocês não prendem esses caras? Quero fazer uma campanha nacional, me ajude a limpar o PRTB. Se o partido é pequeno, o que o PCC está fazendo lá?”, pediu. (Com Agência Estado)