O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, entregou o cargo ao presidente Emmanuel Macron nessa segunda-feira. É o que dita o protocolo oficial, após a derrota do governo na véspera, no segun do turno das eleições legislativas.
Macron pediu a Attal que per maneça no cargo até que se defi na uma maioria parlamentar. É possível que ele continue até as Olimpíadas de Paris. Attal, 35, foi premiê por apenas seis meses, o mais jovem da história francesa. Ele continuará a viver no Matig non, então, até que se decida quem vai sucedê-lo. Até a noite de ontem, isso era uma incógnita.
No pleito, nenhum grupo con seguiu a maioria absoluta (289 de 577 cadeiras). O Parlamento ficou fatiado em três grandes blocos —esquerda, centro e ultradireita. Por isso, até a tarde desta segunda não se sabia quem seria o novo p r i m e i r o - m i n i s t r o.
Acoalizão governista, Juntos, comandada pelo partido de Ma cron, Renascimento, conseguiu apenas 168 assentos. Antes, tinha 250 deputados.
A Nova Frente Popular (NFP), que reúne partidos de esquerda, ultraesquerda e ecologistas, obte ve 182 cadeiras. A Reunião Nacio nal (RN), maior partido de ultra direita, e seus aliados ficaram em terceiro lugar, com 143 vagas.
Oresultado foi uma surpresa, porque RN e aliados foram os mais votados no primeiro turno, uma semana antes, com 33% do total de votos. A forte mobilização do eleitorado (o comparecimen to de 67% foi o maior em quatro décadas) e o apoio recíproco en tre candidatos de esquerda e de centro (a chamada "frente repu blicana") impediram a vitória da ultradireita.
Enquanto esquerdistas e macro nistas trocam farpas, a Reunião Nacional (RN), de ultradireita, lam be as feridas. Ainda zonzos com o resultado, os líderes da RN pare cem ter entrado no primeiro está gio do luto, a negação.