Mais uma morte de bebê acon teceu na rede pública hospi talar do DF. Ainda sem causa da morte, a criança com menos de um mês de vida teve complicações na saúde durante internação no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), onde nasceu, e foi a óbito na última sexta-feira. Esta é a quinta criança a falecer em menos de dois meses na rede pública do DF.
A criança nasceu no fim de maio prematuramente, com 35 semanas de gestação, e permaneceu inter nada no HRC por dois dias antes de receber alta. De acordo com a Se cretaria de Saúde do DF (SES-DF), a bebê recebeu “todos os cuidados e acompanhamento da equipe mé di ca” necessários durante o perío do e só foi liberada para ir para casa juntamente com a mãe, de 16 anos, quando apresentou condições de saúde adequadas.
“A SES-DF esclarece que a criança ganhou alta em condições satisfa tórias, mamando no peito e rece beu todas as orientações de retor no, caso tivesse alguma intercor rência em seu quadro, por se tratar de um bebê prematuro”, destacou a secretaria em nota.
No dia 2 de junho, porém, a criança retornou ao HRC com difi culdades para mamar, sendo nova mente internada. Recebeu trata mento e acompanhamento con forme explicou a pasta. No dia 7, a criança foi a óbito.
Ainda no dia 3 de junho, a mãe compareceu novamente ao HRC comdores,sendo atendidanaobs tetrícia, onde, segundo a SES-DF, se encontravam três obstetras em plantão. Entretanto, a jovem não realizou nenhum procedimento no hospital, mas sim em uma clíni ca de ultrassom em frente à unida de de saúde.
De acordo com o que foi publica do no portal G1, a família da criança alegou negligência do hospital quanto ao tratamento da bebê e um boletim de ocorrência foi aber to junto à Polícia Civil (PCDF). A SES-DF informou que “abrirá sindi cância para apuração dos fatos ocorridos e que fatos desta nature za não se repitam”.
“A SES-DF ressalta que possui co mitês e câmaras técnicas que dis cutem cada intercorrência para que casos sejam corrigidos e apu rados para que não ocorram nova mente. É facultado ao profissional médico, conforme o artigo 114 do código de ética médico, solicitar necropsia nos casos onde não há diagnósticos da causa evidente do óbito”, afirmou a pasta.
Diante dos casos recentes casos envolvendo mortes de crianças e acusações de negligência à SES-DF, familiares e demais cidadãos reali zaram protestos pedindo por uma Comissão Parlamentar de Inquéri to (CPI) na Câmara Legislativa (CLDF) para apurar os casos em questão e pressionar a pasta por melhorias na rede pública.
Entretanto, apesar da urgência daquestão, a CLDF aindanãopode dar prosseguimento a uma CPI da Saúdeem razãodeoutras CPIsque estão em andamento naCasa. Até que estas sejam resolvidas ou can celadas, a nova comissão está na lis ta de espera. O deputado Welling ton Luiz (MDB), presidente da CLDF, explicou a questão.
“Sobre a investigação dos servi ços de saúde, será lida e protocola da, mas sua instauração depende daconclusãoou retiradadeoutras CPIs atualmente em andamento. De acordo com o regimento da CLDF, somente duas CPIs podem funcionar simultaneamente. Para que a nova CPI seja instaurada, é necessário que outras CPIs sejam concluídas ou que haja desistên cias, além de atingir o mínimo de 13 assinaturas. Portanto, não há da ta prevista para a instauração da CPI da Saúde”, destacou o deputa d o.
S A I BA MAIS
»Esta foi a quinta criança a falecer na rede pública do Distrito Federal em menos de dois meses. As suspeitas são de negligência da Saúde local.
»O primeiro caso aconteceu em 14 de abril na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas com uma bebê de um mês, que não resistiu após esperar pelo atendimento de uma ambulância.
»O segundo caso foi em 17 de abril quando uma menina de 8 anos morreu após um diagnóstico e q u i vo cad o.
»No dia 15 de maio, um menino de um ano faleceu após ir e voltar em hospitais do DF e aguardar mais de 12 horas por uma ambulância.
»O penúltimo caso foi em 21 de maio, quando uma recém-nascida, com três dias de vida, teve demora no atendimento do parto e não resistiu às complicações geradas pelo atraso.