Eram quase 10 horas da manhã de ontem quando André Sathler chegou ao posto BR do Eixo Monumental, próximo ao BHotel, e teve uma ingrata surpresa: o litro da gasolina estava cerca de 40 centavos mais caro do que da última vez que o servidor público havia abastecido seu carro, em torno de 10 dias antes.
“Eu fiquei realmente surpreso, porque escolhi um posto que eu sei que normalmente é mais barato do que os outros. Quando eu fui chegando, eu li a boleta e vi que estava bem caro. Pensei: ‘Deve ter saído da promoção esse posto’, mas como eu estava com o tanque quase vazio eu acabei abastecendo lá mesmo. Eu não estava esperando, até porque não vi nada na mídia. Realmente, pelo tamanho do aumento, foi algo surpreendente”, contou. Como André, muitos brasilienses iniciaram a semana sob o impacto do aumento abrupto dos combustíveis, com exceção do diesel, que não sofreu alteração. O litro da gasolina, vendido anteriormente a uma média de R$5,45, passou para R$5,99 em todos os postos visitados pelo Correio, enquanto o litro do etanol passou de uma média de R$3,65 para R$3,99 em quase todos os locais.
O que chama atenção é que esse aumento considerável, iniciado na segunda-feira, aconteceu a despeito da política de preços da Petrobras, que não sofreu nenhum reajuste.
O deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) criticou a alteração nos preços em seus perfis nas redes sociais. Segundo o parlamentar, em pleno primeiro de abril, os moradores do DF foram surpreendidos com mais um aumento do preço do combustível, “sem qualquer justificativa plausível”
Vigilante — que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou possíveis crimes relacionados a combustíveis no DF, em 2004 — solicitou providências para a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e as Fraudes (Corf) da Polícia Civil; à Secretaria Nacional do Consumidor Motoristas se surpreenderam com aumento no preço dos combustíveis Ed Alves/CB/DA.Press do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senacon); e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).