A facção palestina Hamas acusou as Forças de Defesa de Israel de dispararem contra centenas de civis que aguardavam em fila para receber ajuda alimentar em uma região próxima à Cidade de Gaza, a principal da faixa homônima, na manhã de ontem.
O grupo terrorista contra o qual Israel está em guerra há quase cinco meses afirmou que ao menos 112 pessoas morreram e que outras 280 ficaram feridas. Em um comunicado, acusou Israel de "uma guerra genocida" e de cometer "assassinatos em massa e uma limpeza étnica".
Porta-vozes militares de Israel afirmaram que o episódio de violência partiu dos próprios palestinos. De acordo com as Forças de Defesa, civis começaram a saquear o caminhão de ajuda e a se empurrar, deixando pessoas feridas e mortas por serem pisoteadas e atropeladas.
Depois, um pequeno grupo teria ido em direção às tropas israelenses. As Forças de Defesa dizem que teriam matado dez palestinos no momento, não os cerca de cem apontados pelo Hamas, uma vez que estariam acuadas e se vendo sob ameaça.
Um vídeo divulgado por militares de Israel mostra centenas de palestinos correndo para o entorno de caminhões de ajuda humanitária e subindo neles. As imagens foram divulgadas após Tel Aviv ser acusada pelo Hamas de disparar contra os civis.
Um porta-voz do governo do premiê Binyamin Netanyahu chamou o episódio de uma tragédia.
"Os caminhões ficaram sobrecarregados, e as pessoas que dirigiam os caminhões, que eram motoristas civis de Gaza, avançaram sobre as multidões, matando, de acordo com o que entendi, dezenas de pessoas", disse Avi Hyman a repórteres.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é contra a ação de Israel na Faixa de Gaza da mesma forma que é contra o Hamas, nesta quinta-feira, em Georgetown, capital da Guiana.
Todo mundo sabe que o Brasil é contra a Guerra da Ucrânia. Todo mundo sabe que o Brasil é contra o que está acontecendo na Faixa de Gaza, da mesma forma que fomos contra os atos terroristas do Hamas. E todo mundo sabe que o Brasil não quer e não tem contencioso com nenhum país no mundo", afirmou Lula no encerramento de sua agenda na Guiana.
Lula vai agora a São Vicente e Granadinas, no Caribe, onde confirmou que se encontrará com o ditador venezuelano Nicolás Mad u r o.
"Nossa integração com a Guiana faz parte da estratégia do Brasil de ajudar não apenas no desenvolvimento, mas trabalhar intensamente para que a gente mantenha a América do Sul como uma zona de paz no planeta. Nós não precisamos de guerra", disse Lula em referência indireta à disputa pelo território guianense.