Durante ato político em Charallave, no departamento (estado) de Miranda, a comitiva da ex-deputada e líder da oposição María Corina Machado — que teve a candidatura presidente cassada pela Justiça da Venezuela — foi alvo de um grupo armado com paus e pedras. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram assessores retirando María Corina do local, em meio à confusão; um integrante da comitiva aparece ensanguentado; e os carros da equipe da política têm os vidros estilhaçados. O homem que surge sangrando no vídeo seria Víctor Sandoval, membro do partido Vente Venezuela, na cidade de Cristóbal Rojas
“Alerta internacional! Pelo visto, a única maneira que (Nicolás) Maduro pretende participar de uma eleição é pelas vias mais difíceis. Faço um alerta para o mundo sobre o violento ataque do qual fomos alvos. (...) Mais de uma centena de coletivos do regime atacaram, com paus e pedras, e feriram vários dos assistentes. A polícia, que estava presente com sua inação amparou os coletivos armados”, escreveu a própria María Corina, por meio da rede social X, o antigo Twitter.
O incidente transparece o nível de tensão na Venezuela meses antes das eleições presidenciais. Juan Guaidó, também líder da oposição que se autoproclamou presidente do país entre 2019 e 2022, também condenou o atentado. “Não pode haver impunidade para Maduro ante os contínuos ataques contra María Corina. É uma prática sistemática da ditadura, que os assinala como criminosos de lesa humanidade. A comunidade internacional deve fazê-lo responsável por esse atentado”, escreveu Guaidó
De acordo com o jornal El Nacional, simpatizantes do governo irromperam “violentamente” no local em que María Corína participava de um encontro com ativistas políticos e sociais de Charallave. O ex-prefeito de Caracas e ex -preso político Antonio Ledezma, hoje exilado em Madri, enviou ao Correio um vídeo com o registro do incidente. Uma multidão arremessa pedras e paus contra a equipe de María Corina. Nas imagens, assessores tentam proteger a política e fazem uma espécie de corredor para que ela consiga chegar ao carro. María Corina parece nervosa.
Por telefone, Ledezma — também coordenador do Conselho Político Internacional da campanha de María Corina — denunciou um “abuso da violência”. “Nesse tipo de violência, qualquer coisa pode ocorrer, incluindo uma desgraça internacional. É por isso que fazemos uma advertência à comunidade internacional. Não lançaram contra María Corina confetes nem flores. Lançaram pedras e objetos contundentes. Há feridos, veículos destruídos. Nós responsabilizamos Maduro diretamente pelo que pode ocorrer com María Corina ou com qualquer cidadão que esteja lutando pela Venezuela”, afirmou à reportagem. Segundo ele, os responsáveis são os chamados coletivos, grupos armados “que têm licença para fazer o que tiverem vontade”.
“Tudo isso é parte do pânico que Maduro tem de María Corina Machado. Ele deseja retirá-la do terreno eleitoral. É importante que ela assuma todos os riscos e mantenha a rota eleitoral”, comentou Ledezma. Uma assessora da política confirmou que a ex-deputada não sofreu ferimentos.
por sete votos favoráveis, a corte constitucional do equador autorizou a descriminalização da eutanásia no país. A decisão foi tomada a partir do caso de paola Roldán, de 43 anos, que há três sofre de esclerose lateral amiotrófica (elA) — enfermidade incurável e que pode levar à morte. pela decisão, os médicos não serão punidos se autorizarem a medida em pacientes que estejam em sofrimento por uma doença incurável e escolham pelo fim da vida. Ao saber da decisão, paola Roldán usou as redes sociais para se manifestar. “várias vezes pensei que não conseguiria ver os frutos desse processo, como quem planta uma árvore para que mais alguém se sente sob sua sombra. Mas sobrevivi, e, agora quero ver se pelas veias deste país corre sangue de justiça e humanidade.”