Jornal Ceilandense
Registro de ocorrência é essencial para que as forças de segurança atuem em defesa das mulheres Denunciar é a melhor arma no combate à violência
Tuesday, 06 Feb 2024 18:00 pm
Jornal Ceilandense

Jornal Ceilandense

A violência contra a mulher é um dos temas de maior preocupação da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF). Em razão da importância do assunto, a pasta realizou, na manhã de ontem, uma reunião com lideranças dos principais veículos de comunicação da capital, entre os quais estava o Jornal de Brasília.

Na reunião, o secretário Sandro Avelar, destacou que o foco da pasta é “feminicídio zero”. Nesse sentido, ele defende que a denúncia é a melhor maneira de combater a violência contra a mulher. A partir dela, feita por meio de canais disponibilizados pelo Governo do DF, Segurança Pública e Tribunais de Justiça, é que as corporações de polícia, tanto militar quanto civil, poderão atuar na proteção das mulheres, investigando os casos e prendendo os autores das violências, antes que um crime de feminicídio aconteça.

De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF) da SSP/DF, Marcelo Zago, como a maioria dos casos de mortes de mulheres acontece dentro de casa (73%), com armas brancas (52%), a ação necessária é de prevenção, evitando a escalada da violência dentro das residências, isto é, o evoluir das agressões nos lares.

“Evitar a escalada da violência perpassa pela denúncia. Das 187 vítimas de feminicídio no Distrito Federal, 68,3?las nunca tinham registrado nenhuma ocorrência contra o autor, o que é um número muito alto. Quando vamos fazer esse trabalho de análise, dentro do universo de mulheres que morreram e não tinham registrado ocorrência, em 65,2% dos casos recebemos informações de outras pessoas de que ela recebia violência. Ou seja, é um vizinho, um parente, entre outros. Esses números nos preocupam muito”, destacou.

Ele ressalta, portanto, que é importante que as informações de violência cheguem às instâncias formais de controle, isto é, delegacias de polícia, órgãos públicos de proteção ao cidadão, entre outros. “Caso contrário, a possibilidade de agirmos e quebrarmos a escalada da violência é muito pequena e o feminicídio infelizmente pode ocorrer”, alertou.

Foco do GDF

A vice-governadora local, Celina Leão, esteve na reunião e reforçou que o GDF tem se debruçado todos os dias no tema da violência contra a mulher, pensando principalmente em políticas para melhor atender a comunidade, voltado para a proteção das mulheres na capital, e em formas de evoluir os recursos já existentes dentro do governo. “Ho - je a mulher pode sair com o aplicativo ‘Viva Flor’ da própria delegacia. Foi aí que mudamos um pouco a rede de atendimento. A mulher precisa sair da delegacia recebendo um telefonema da Secretaria da Mulher perguntando se ela quer participar de algum programa. E é isso que estamos fazendo hoje, para que essa mulher possa ser incentivada a denunciar”, destacou. “A boa notícia é que não perdemos nenhuma das mulheres que estão debaixo dos nossos aplicativos”.

Celina destacou que o foco educacional sobre o tema é importante para a erradicação da violência e para a promoção de uma sociedade mais consciente. “O crime de gênero só vai ser finalizado – e qualquer outro crime discriminatório – quando mudarmos a educação do nosso país. Temos investido e eu tenho cobrado da nossa Secretária de Educação trabalharmos os temos de discriminação e preconceito dentro das nossas escolas”, afirmou. “Essa luta é nacional para acabar com essa epidemia de morte de mulheres aqui no nosso país”, finalizou Celina.

Participaram também Alexandre Patury, Secretário Executivo de Segurança Pública; Regilene Siqueira, sub-secretária de Prevenção à Criminalidade; Délio Lins e Silva Jr, presidente da OAB/DF; Ana Paula Barros, comandante-geral da PMDF; José Carvalho, delegado-geral da PCDF; Mônica Miranda, comandante-geral do Corpo de Bombeiros; Antônia Carneiro, defensora pública e coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, representando a DPDF; Gabriela Gonzalez, promotora de justiça; Letízia Lourenço, delegada chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (DEAM II); Ana Carolina Litran, delegada-chefe da DEAM I, da Asa Sul; Fabriziane Zapata, juíza titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar do Riacho Fundo e Coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher (NJM/TJDFT); Luciana Lopes Rocha, juiza titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Taguatinga, Juíza Auxiliar da Presidência do CNJ e coordenadora do NJM/TJDFT; e Giselle Ferreira, secretária de Estado da Mulher (SMDF).

De acordo com a Secretaria de Segurança, das 187 vítimas de feminicídio no DF, 68,3?las nunca fizeram ocorrência contra o autor. A maioria das mortes acontece dentro de casa (73%), com armas brancas (52%).

S E RV I Ç O

SE VOCÊ SOFRE OU PRESENCIOU ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES, DENUNCIE. EXISTEM DIVERSOS SERVIÇOS E INSTITUIÇÕES QUE PODEM PRESTAR O ATENDIMENTO E O APOIO NECESSÁRIOS PARA ROMPER O CICLO DA VIOLÊNCIA. VEJA QUAIS SÃO: