O governador Ibaneis Rocha afirmou ontem que o Distrito Federal já registrou mais de 46 mil casos prováveis de dengue em 2024, com 11 mortes confirmadas. Os dados foram adiantados pelo chefe do Executivo ao visitar, pela manhã, o Hospital de Campanha (Hcamp), da Força Aérea Brasileira (FAB), instalado em Ceilândia, que abriu as portas nesta segunda-feira.
Mais tarde, a Secretaria de Saúde (SES-DF) divulgou o Boletim Epidemiológico N.º 5, com dados atualizados até o dia 3 de fevereiro. O mais recente documento trouxe 46.298 casos prováveis de dengue entre os residentes do Distrito Federal. O número representa um aumento de 1.120,6% em relação aos casos prováveis registrados no mesmo período de 2023.
Em relação à faixa etária, a maior parte dos casos prováveis se concentra entre as idades de 20 a 29 anos, com incidência de cerca de 1,7 mil ocorrências por 100 mil habitantes. Em seguida, aparecem os idosos de 80 a 89 anos e de 70 a 79 anos, com 1,68 mil casos por 100 mil habitantes e 1,66 mil registros por 100 mil habitantes, respectivamente.
No momento, cinco Regiões Administrativas (RAs) acumulam 43,5% dos casos. A região de Ceilândia apresentou o maior número (9.925), seguida de Sol Nascente/Pôr do Sol (2.704), Taguatinga (2.692), Samambaia (2.461) e Brazlândia (2.351).
“O momento é de emergência e pedimos o apoio de toda a população. As pessoas não podem ter dentro das suas casas criadouros do mosquito da dengue, nós temos que ter realmente a consciencialização da população para evitar o aumento dos casos. Nós sabemos da importância da população nesse combate”, destacou Ibaneis.
Em relação às ações para limpeza da cidade, o chefe do Executivo do DF enfatizou: “Nós estamos fazendo um trabalho conjunto com as diversas secretarias do Distrito Federal, com o apoio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) fazendo uma limpeza em todos os bairros. Tivemos a oportunidade de contratar mais 200 caminhões para reforçar essa limpeza”.
Segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, o Distrito Federal comporta 20% dos casos de dengue em todo o Brasil, e por isso, houve a necessidade de ampliar os locais de atendimento. “O nosso objetivo é que nenhum cidadão do DF fique peregrinando nas portas dos hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS), ou tendas sem conseguir atendimento. Nós ampliamos e estamos instalados nesta região de[Ceilândia porque é a que comporta 40% do número de casos de dengue do DF”, disse.
O Hospital de Campanha da Ceilândia foi instalado próximo à Feira do Produtor e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região. O local vai atender 600 pacientes por dia, e conta com 60 leitos e funcionará 24 horas. Além disso, serão ofertadas cadeiras de hidratação, consultas e exames de laboratório.
A equipe de atendimento no Hospital de Campanha será formada por 29 militares da área de saúde da FAB, sendo nove do DF e 20 do Rio de Janeiro. No total, serão sete médicos (quatro clínicos e três pediatras), enfermeiros, técnicos de enfermagem e de laboratório.
“A princípio a solicitação inicial é de que o Hospital de Campanha fique aqui em Ceilândia por 45 dias. Este é o tempo necessário para começar a queda dos casos de contaminação pela dengue aqui no DF. Nós vamos atender os pacientes de pequena complexidade, com suspeita de dengue e aqueles com dengue confirmada”, explicou o coordenador do Hospital de Campanha, Brigadeiro Braga.
Em relação à falta de atendimento em alguma UBS, a vice-governadora Celina Leão, também presente ao evento em Ceilândia, pontuou: “Esses casos devem ser denunciados na própria ouvidoria do GDF. Nós temos equipes, e se essas equipes de Unidade Básica de Saúde não estão atendendo a população deve ter algum motivo, ou por falta de profissional, ou excesso de pessoas. Então precisa denunciar para que isso seja remanejado até para que nós possamos ter o conhecimento de tudo isso”.
Ontem, o GDF realizou, em Taguatinga, mais uma ação da operação DF Livre de Carcaças. A força-tarefa atuou na retirada de veículos abandonados no Setor H Norte, considerado o local com maior foco de dengue na região. Além das carcaças, foram removidos pedaços de construções, pneus, entulhos e lixos acumulados às margens da BR-070.
Desde o início do ano, a operação já retirou 172 carcaças de Taguatinga. A ação é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP), e conta com apoio da Polícia Militar (PMDF), Departamento de Trânsito (Detran-DF), Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e administrações regionais.