A Polícia Federal deflagrou, ontem, uma operação para investigar as suspeitas de desvios no valor de R$ 1 milhão do Ministério dos Esportes. As diligências iniciais apontam que os recursos foram lavados por meio de um instituto privado, contratado para a execução de alguns projetos. Além da fraude no uso dos recursos públicos, a empresa contratada teria outras irregularidades.
O montante, de acordo com a PF, deveria ter sido usado para fomentar atividades esportivas para indígenas do Amapá, do Pará e de Mato Grosso. “Porém, há indícios de desvio dos valores, além de irregularidades na empresa supostamente contratada para a realização dos eventos”, informa a corporação.
Os investigadores afirmaram que a representante do Instituto deve responder “por peculato, além de outros crimes eventualmente constatados no curso da investigação”. Fontes ligadas às investigações, consultadas pelo Correio sob a condição de anonimato, apontam que as irregularidades ocorreram entre os anos de 2021 e 2022, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em outra ação, também realizada ontem, a Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão divididos entre Distrito Federal, Maranhão e Rondônia. A ação, intitulada Operação Crash, visa desarticular um grupo criminoso voltado à lavagem de dinheiro. Grande parte do grupo era da mesma família e, segundo a PF, já movimentou mais de R$ 40 milhões por meio de empresas de fachada.
A investigação que originou a operação começou em janeiro de 2023, depois que oficiais verificaram diversas movimentações financeiras suspeitas. Segundo a corporação, alguns dos investigados já eram condenados por tráfico de drogas.
Os oficiais descobriram que a maior parte do grupo criminoso era da mesma família, e realizava diversas movimentações bancárias utilizando empresas de fachada do próprio grupo. Segundo a PF, foram constatadas transferências feitas pelos investigados que somam mais de R$ 40 milhões, os quais a polícia suspeita serem valores recebidos por meio do tráfico de drogas.
Ao menos 30 oficiais da PF foram designados para o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, hoje, em Porto Velho (RO), Guajará-Mirim (RO), Brasília (DF) e São Luís (MA). Eles foram expedidos pela 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia — vara criminal especializada em crimes financeiros, lavagem de capitais e organizações criminosas.