Militares de Israel se disfarçaram de médicos e pacientes, invadiram um hospital na Cisjordânia ocupada e mataram três palestinos, um dos quais estaria armado, ontem.
Imagens divulgadas pela rede chinesa CCTV mostram mais de dez soldados, alguns usando trajes femininos e outros vestidos de profissionais de saúde, andando por um corredor da unidade médica com armas em punho. Um deles aparece segurando uma cadeira de rodas.
A operação secreta teve atuação conjunta de soldados do Exército e de agentes do Shin Bet, a agência israelense de segurança interna. Os militares invadiram o hospital Ibn Sina, localizado na cidade de Jenin, por volta das 5h30 no horário local (0h30 local).
Tel Aviv identificou um dos palestinos mortos como Mohammed Jalamneh, acusado de manter contatos com o quartel-general do Hamas no exterior e de planejar um novo ataque contra Israel inspirado nos atentados de 7 de outubro, quando terroristas adentraram em território israelense e assassinaram cerca de 1.200 pessoas.
Líderes do Hamas admitiram que um dos mortos pertencia ao grupo. Os outros dois foram identificados como Muhammad Ayman Ghazawi e Basel Ayman Ghazawi. Eles eram irmãos e integrantes do Jihad Islâmico, que também atua na Faixa de Gaza e confirmou a ligação deles com a facção. A direção do Ibn Sina disse que um dos mortos recebia tratamento para lesão na coluna que havia paralisado suas pernas.
O diretor do centro médico, Naji Nazzal, afirmou que os militares usaram armas de fogo com silenciadores. "Eles executaram os três homens enquanto dormiam no quarto", disse à agência Reuters. Imagens das agências de notícias mostram camas hospitalares manchadas de sangue.