Ao participar do evento que marcou a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou uma suposta manipulação dos Estados Unidos na Operação LavaJato, que afetou o empreendimento. A obra, superfaturada, foi um dos alvos da força-tarefa que, originalmente, investigou um esquema de desvio de recursos na Petrobras.
“Tudo o que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras. Eles não queriam que a gente tivesse a Petrobras em 1953”, discursou.
Lula caracterizou a continuidade das obras como “um dia muito importante” e fez duras críticas à Lava-Jato. Segundo ele, casos de corrupção devem ser investigados sem afetar a soberania do país. “Quando eu deixei a Presidência, tive as contas dos meus oito anos de governo aprovadas por unanimidade no Tribunal de Contas e no Congresso. Somente cinco anos depois começou o processo de denúncia contra a Petrobras”, destacou. “Não era contra a Petrobras, porque, se você quisesse de fato apurar corrupção, você apurava. O que não pode punir é a soberania de um país como o Brasil e a da sua empresa mais importante que é a Petrobras.
O presidente também relatou sobre os quase dois anos em que esteve preso. “Nem deveria estar contando isso aqui, porque já se passou muito tempo. O povo já me colocou de volta, as pessoas que me acusaram estão apodrecendo, porque sabem que mentiram e sabem que o inferno as guarda por tanta mentira que contaram”, bradou.
Em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que após todo o ocorrido, o Brasil “chegou ao ponto de eleger um psicopata para ser presidente da República”. “Alguém que vive da mentira, da maldade, de ofender os outros. E é fácil porque para ele todo mundo aqui é ladrão. Para ele, todo mundo aqui é comunista, defende aborto, faz isso e faz aquilo, como se ele e seus filhos fossem exemplo de família”, criticou.
O petista disse querer que sejam recontratados os funcionários demitidos após a paralisação das obras com o início da Lava-Jato. “Tem que descobrir cada funcionário que foi mandado embora daqui e trazer de volta. Nosso lema é ninguém solta a mão de ninguém e ninguém deixa o companheiro para trás”, ressaltou, ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O dirigente da estatal, por sua vez, frisou que o investimento na segunda etapa da refinaria será entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. O valor está inserido no orçamento de R$ 92 bilhões destinado ao estado por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Ele defendeu que as obras são um “retrato de superação, da volta por cima, do grau máximo de resiliência, de recuperação”.
Nos próximos cinco anos, a Petrobras vai investir US$ 17 bilhões em projetos de refino, transporte e comercialização no Brasil para ampliar a capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente a oferta de produtos para mercado de baixo carbono. A expectativa é de geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos.
Horas antes, durante cerimônia de assinatura de ato da implantação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, Lula repetiu críticas sobre a privatização da Eletrobras. Segundo ele, a medida tomada no governo Bolsonaro foi um “escárnio”. Em ano eleitoral, também reiterou que viajará por todo o país.
Hoje, em aceno às Forças Armadas, o presidente participará de cerimônia no Comando Militar do Nordeste, em Curado, no Recife. Em seguida, a previsão é de que compareça a evento na Escola de Sargentos das Armas.
À tarde, em Fortaleza, participará da solenidade de assinatura do decreto que cria o Campus Avançado do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e do lançamento da pedra fundamental.
Ainda está prevista uma audiência com o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Li.
Tudo o que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras - Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou, ontem, em Salvador, que participará do Congresso da União Africana (UA) na Etiópia em fevereiro. De acordo com o petista, o Brasil precisa começar a retribuir a dívida histórica com o povo africano.
Antes de ir à cúpula, que ocorrerá entre 17 e 18 de fevereiro, o chefe do Executivo planeja embarcar do Brasil rumo ao Egito na noite do dia 13.
“O Brasil precisa, de uma vez por todas, começar a retribuir a dívida histórica que nós temos com o povo africano”, declarou o presidente, em evento de assinatura do acordo de parceria firmado pelo governo federal, por meio do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, com o estado da Bahia e o Senai Cimatec para a criação do Parque Tecnológico, que será instalado na Base Aérea de Salvador.
“Como o Brasil é um país pobre que não pode pagar sua dívida em dinheiro, a gente paga em transferência de política pública e tecnologia”, comentou.
Na ida à Etiópia, há a previsão de Lula ter um encontro bilateral com o presidente do país, Sahle-Work Zewde.
A viagem do presidente, contudo, ocorre em um ano em que o foco do chefe do Executivo será em visitar os estados brasileiros.
A ideia da gestão petista, contudo, é que Lula continue suas agendas internacionais e que isso não vai interferir nas viagens pelo país.