O diretório paulistano do PT decidiu que a cerimônia de filiação de Marta Suplicy à sigla será em 2 de fevereiro, por volta das 18h. O local ainda não foi definido. A assessoria da ex-senadora confirmou a data e reiterou a expectativa pelas presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O deputado federal Guilherme Boulos (PSol) comporá com Marta a chapa à Prefeitura de São Paulo.
De acordo com informações do diretório, a lista dos presentes ainda não foi fechada, mas o evento contará com muitas lideranças municipais e nacionais do PT. A data foi escolhida estrategicamente, pois é antes do aniversário de fundação do partido, 10 de fevereiro, e do carnaval, o que não deixa o ato muito distante.
Após mais de 30 anos de filiação ao PT, Marta Suplicy rompeu com o partido em 2015 em meio aos casos de corrupção. Após saída, a ex-prefeita de São Paulo foi para o MDB e teve uma rápida passagem pelo Solidariedade. Hoje, não é filiada a nenhuma legenda.
Marta se encontrou com Lula em 8 de janeiro e aceitou retornar ao PT para compor a chapa. Depois da decisão, foi exonerada da função de secretária de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve ser o principal oponente do ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).nesta corrida eleitoral.
O nome de Marta foi aprovado pela Executiva Municipal do PT, que promoveu um encontro na terça-feira. Na ocasião, também ficou decidido que não haverá prévias para a escolha de quem vai compor a chapa.
Apesar de a Comissão Executiva do PT paulistano ter aprovado a filiação de Marta à sigla, o procedimento ainda requer formalização. Segundo o estatuto da legenda, a ex-prefeita deverá preencher um formulário de filiação junto ao Diretório Municipal, e a solicitação precisa ser tornada pública pelo órgão. Após a divulgação, há um prazo de sete dias úteis para contestação por qualquer filiado, com igual período para defesa.
Diante disso, dirigentes petistas avaliam que tendências do partido contrárias ao retorno de Marta, como o Trabalho e a Articulação de Esquerda, vão contestar a filiação da ex-prefeita. Apesar disso, a volta dela à sigla deve ocorrer, uma vez que a maioria da Executiva municipal aprova o movimento. Na reunião desta semana, a filiação recebeu o aval por 12 votos dos 16 membros do colegiado.
Valter Pomar, líder da Articulação de Esquerda e dirigente nacional do PT, pediu a impugnação da filiação de Marta. Em uma carta enviada ao secretário-geral do PT, listou razões para a recusa.
“Para apoiar Boulos nas eleições municipais de 2024, Marta não precisa estar filiada ao PT. É positivo que, depois de anos contribuindo com a direita — época em que chegou a confraternizar, inclusive, com figuras ridículas e nefastas da extrema direita —, Marta volte agora a contribuir com a esquerda e apoie a candidatura Boulos em São Paulo”, diz o texto. “Mas não é necessário, não é indispensável e não é positivo que Marta o faça a partir do PT, pois é evidente que — da forma como a ‘operação regresso’ foi articulada — a refiliação não constitui uma saudável ‘autocrítica’ mas, sim, uma demonstração de falta de respeito do partido para consigo mesmo”, sustentou o dirigente na carta.
A refiliação não constitui uma saudável ‘autocrítica’ mas, sim, uma demonstração de falta de respeito do partido para consigo mesmo” Trecho do pedido de impugnação da filiação de Marta
O ex-deputado federal Aldo Rebelo, com passagens em ministérios de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, afirmou nas redes sociais, ontem, que aceitou um convite do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para assumir uma secretaria em seu governo.
A decisão contraria diretamente o seu partido, o PDT, que fechou apoio ao principal adversário nas eleições de 2024, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol). A vaga é para a Secretaria de Relações Internacionais, antes ocupada por Marta Suplicy. Ela pediu demissão da prefeitura para ser vice na futura chapa de Boulos no pleito.
“Recebi convite do prefeito Ricardo Nunes para uma secretaria na cidade de São Paulo. Decidi aceitar. Em comum acordo com o presidente (Carlos) Lupi, pedirei licença do PDT pelo período que ocupar a função”, escreveu Rebelo na rede social X, antigo Twitter.
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura confirmou o acerto ao longo da tarde. Rebelo assume no “decorrer de fevereiro”.